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Na Alemanha, carpinteiros recém-formados apostam em tradição de 800 anos para garantir emprego


Por Rô Wölfl/Alemanha


A tradição prevê uma longa peregrinação dos novos carpinteiros, que precisam enfrentar privações não comuns para os jovens. A primeira delas é: sair de casa levando apenas uma pequena trouxa de roupa, ferramentas de trabalho e nenhum dinheiro no bolso. A peregrinação dura três anos e um dia, e neste período, os jovens não podem retornar a menos de 50 quilômetros da região onde moram. Vestidos com um uniforme tradicional na cor preta, eles procuram trabalho por onde andam. Cobram, em média, 3 euros por hora. Os jovens carpinteiros dependem da boa vontade das pessoas para terem pousada ou comida. Caso contrário, dormem ao relento economizando assim, as diárias de um hotel.

Mas, geralmente estes andarilhos da carpintaria recebem antes de partir, uma lista com convites de pessoas que lhes darão abrigo e refeição. Geralmente, são profissionais que viveram a mesma experiência.


Tradição x Modernidade


No final do século 20, as facilidades de locomoção acabaram por atrair os recém formados para outros países.


Esta experiência acaba se tornando um passaporte para uma segura contratação”- afirmam dois amigos recém-formados que, atravessavam uma floresta na região de Frankfurt.


Os jovens incluiram o Brasil e os Estados Unidos na rota de peregrinação que escolheram. “Isto se o dinheiro permitir”, afirma Max Müller, 22 anos, otimista quanto a concretização do plano. Quando os carpinteiros atravessam regiões onde a tradição não é conhecida, apresentam uma carteirinha de identificação que explica, em vários idiomas, o objetivo de tal caminhada.


A norma da peregrinação exige, de quem dela participa, uma conduta impecável, inclusive, nas casas onde é recebido. Caso contrário, a carteira será recolhida e o infrator voltará para casa.

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