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"Duas Luas", a nova crônica de Léo Borba


Dividiu a página em duas colunas para clarear as ideias. De um lado, as horas, os dias e os meses. Números reunidos para o rebanho dos anos. Antes da soma, passou para a coluna ao lado.

Expectativas e aprendizados. Passos e tropeços, alguns recomeços. Do balanço, também fizeram parte as histórias ouvidas, renúncias, as ausências, os custos e os benefícios; as histórias contadas; as vitórias.

Voltou aos números. Silenciosos e impassíveis, aguardam o resultado. Ao final da soma estava o total que esperava.

Sentado ao pé do pinheiro, deixou o caderno na relva e olhou para o açude. Dentro dele estava a lua. “quantas se passaram, desde então?”, se perguntou.

Guardou as anotações e as contas na mochila. Lá também estava a Carteira Profissional. “Sim. Foram bons tempos”, respondeu a si mesmo, olhando para a lua no açude das lembranças. Deu-se por satisfeito e foi para casa, sob o clarão do plenilúnio que surgia acima das árvores.

Nas costas, o tempo de serviço.

À frente, uma nova caminhada. Agora, com o tempo a seu serviço.

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