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Eleições na Alemanha: CDU vence, extrema-direita cresce e cenário político se fragmenta

Imagem reprodução: Instagram


Por Rô Wölfl/ Alemanha


As eleições federais realizadas ontem na Alemanha marcaram uma reconfiguração no cenário político do país. A União Democrata-Cristã (CDU), liderada por Friedrich Merz, saiu vitoriosa com aproximadamente 28,52% dos votos, colocando o partido de centro-direita em posição favorável para formar o próximo governo e substituir o chanceler Olaf Scholz, do Partido Social-Democrata (SPD).


No entanto, um dos grandes destaques do pleito foi o crescimento expressivo da extrema-direita. O partido Alternativa para a Alemanha (AfD) atingiu cerca de 20,8% dos votos, tornando-se a segunda maior força política no Parlamento (Bundestag).


Este é o melhor resultado da extrema-direita alemã desde a Segunda Guerra Mundial, refletindo um aumento significativo no apoio popular, especialmente no leste do país.


Em alguns estados da antiga Alemanha Oriental, a AfD superou 40% dos votos, evidenciando um descontentamento crescente com os partidos tradicionais.


O grande derrotado da eleição foi o SPD, de Scholz, que sofreu um duro revés, registrando apenas 16,4% dos votos, seu pior desempenho em décadas. Diante da derrota, Scholz reconheceu o resultado e parabenizou Merz, mas fez um alerta à CDU sobre a importância de manter a promessa de não colaborar com a AfD na formação do governo.


Os Verdes, que fazem parte da atual coalizão governista, também perderam apoio, obtendo cerca de 11,6% dos votos. O partido liberal FDP, outro membro da coalizão de Scholz, teve um desempenho ainda mais fraco e pode enfrentar dificuldades para se manter no parlamento.


O desafio da formação do governo


Apesar da vitória, a CDU precisará formar uma coalizão para governar com estabilidade. Friedrich Merz enfatizou a necessidade de uma formação rápida de governo, dada a crescente fragmentação política e os desafios internos e internacionais enfrentados pela Alemanha.


Uma das possibilidades seria uma aliança com o SPD e os Verdes, apesar da derrota desses partidos. Essa coalizão, no entanto, pode ser politicamente complicada, pois Merz defende uma postura mais conservadora em temas econômicos e sociais, o que pode gerar atritos com os Verdes. Outra possibilidade seria um governo de minoria da CDU, mas essa alternativa traria desafios significativos para a governabilidade.


Impacto internacional e futuro da política alemã


A ascensão da extrema-direita também preocupa aliados internacionais, já que a AfD tem posições abertamente eurocéticas e nacionalistas, o que poderia afetar a postura da Alemanha dentro da União Europeia. Além disso, Merz defendeu uma política externa mais independente dos Estados Unidos, sugerindo uma maior unidade europeia e menos alinhamento automático com Washington.


O resultado da eleição mostra uma Alemanha politicamente dividida e reflete o crescimento do descontentamento com a atual classe política. O desafio agora será a formação de um governo estável e funcional que consiga responder às demandas da sociedade sem comprometer a estabilidade do país e da União Europeia.

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